Wednesday, May 27, 2009

História de uma rã

Da alegoria da Caverna de Platão a Matrix, passando pelas fábulas de La Fontaine, a linguagem simbólica é um meio privilegiado para induzir à reflexão e transmitir algumas idéias.


Olivier Clerc, escritor e filósofo, põe em evidência nesta sua breve história através de metáforas as funestas conseqüências da não consciência da mudança que infesta nossa saúde, nossas relações, a evolução social e o ambiente.








"A rã que não sabia que estava sendo cozida".

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual uma pequena rã nada tranquilamente.

Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela, e a água se esquenta muito lentamente.

Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã continua a nadar achando isso muito agradável.








A temperatura da água continua subindo...

Agora, a água está quente mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas não se amedronta apesar disso.






Agora, a água está realmente quente e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada.

A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta.







Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela.

Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta.




Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde algumas décadas atrás, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver para a qual nós estamos nos acostumando. Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar há 20, 30 ou 40 anos atrás foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferente a maior parte das pessoas.
Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efetuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efetuados lentamente, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem.



As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes - aliás, dramáticas.


O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas...


Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã...


Agora, é para hoje!!!

Consciência, ou cozido, precisa escolher!

Então, se você não está, como a rã, já meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

NÓS JÁ ESTAMOS MEIO COZIDOS? OU NÃO?

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Agradecimentos ao meu e-friend Roberto Ribeiro: http://multiply.roberi.com/


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Som do post: coletânea "Blue Funk".

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